13/05/2015

Um Dia das Mães diferente

Você, mãe ou pai de atleta, já pensou em enfrentar seu próprio filho em uma disputa? E mais, numa competição oficial do esporte que ele pratica? Pois eu sim.

Que eu, de vez em quando, me arrisco em treinos no tatame, já contei pra vocês aqui (quem não viu ou não lembra, é só clicar). Porém nunca havia participado de uma competição.
Nesse ano, em que a Laura passou a ser juvenil (e pode competir nas classes "adultas"), surgiu a ideia: somos do mesmo peso e, veteranas como eu, também podem lutar na classe sênior. Filiei-me à Federação Gaúcha de Judô no início da temporada e prometi, entre risos: "Um dia ainda vou lutar contigo em um competição".
Sinceramente, não sabia se teria coragem. Só de pensar no ginásio lotado, nos árbitros, nos técnicos, tanta gente olhando... me batia um certo medo. Na verdade, eu tinha vergonha de lutar sabendo que alguém estaria exclusivamente prestando atenção em mim.
Mas eis que, no último sábado, véspera do Dia das Mães, surgiu a oportunidade. Avisei a Laura no dia anterior,  mas percebi que ela não estava levando muita fé.
Na hora da pesagem, a coragem apareceu. Peguei minha carteirinha, fui até a sala, subi na balança... e oficialmente estava participando da Supercopa Canoas.

Além de lutar com a Laura,  eu queria "passar por tudo que ela passa", para compreendê-la melhor: a pesagem, a ansiedade para ver o chaveamento, a concentração, o momento de pisar no tatame e encarar a adversária, a luta em si, esperar pela premiação...
Inicialmente, achei que seríamos apenas as duas na chave, pois no momento da pesagem não havia mais ninguém no -57. Após chegar na concentração e ver a súmula na parede, levei um susto: além de nós, havia também a Camila, atleta faixa preta, experiente, e com conquistas internacionais no currículo. Mas, já que estava lá, eu não desistiria.
Minha primeira luta era com a Laura, e isso me deixou bastante feliz (e aliviada). Fomos chamadas pelo sumulista e, estranhamente, eu estava bem tranquila na hora de ir para a fila esperar a indicação da nossa área de luta. 
Como vejo acontecer com vários atletas em sua primeira competição, me atrapalhei na hora de adentrar o tatame (apesar de assistir competições há 5 anos). Na hora da luta, resisti o quanto pude. Até tentei atacar, a prova é que não tomei nenhum shidô. Embora soubesse que não teria chances de vencer, lutei de verdade, dentro das minhas condições. Levei um belo ippon, mas já caí sorrindo. Laura também me pareceu bastante feliz com o confronto inusitado.




a luta



Talvez pelo pouco preparo (andei faltando bastante aos treinos), acabei lesionando o tornozelo e não fiz a segunda luta, que perdi por WO. Mas, como só havia 3 atletas na chave, ainda assim fiquei com a medalha de bronze.
O maior presente nesse Final de Semana das Mães foi dividir o pódio com minha filha. Uma sensação de felicidade inigualável e indescritível tomou conta de mim.  Saber exatamente o que a Laura passa em cada campeonato e, ainda por cima, lutar contra ela própria, foi uma experiência gratificante e, certamente, inesquecível.



ouro para a Camila, prata para a Laura e bronze para mim ;)



A Federação Gaúcha de Judô fez uma matéria superlegal sobre o nosso confronto. Para conferir, clique aqui.
A matéria foi publicada também no Boletim Osotogari, de São Paulo e hoje estampou a capa do site da Sogipa


site da Sogipa em 13/05


Depois de sábado, eu afirmo:  aquela(e)s que tiverem a oportunidade, não deixem de um dia ao menos treinar com seus filhos. Vale a pena e, com certeza, será inesquecível para ambos.

2 comentários:

  1. Muito legal!!!! Sua filha foi uma lady e deixou vc lutar um pouquinho kkkkkkkk eu comecei a fazer judô esse ano, ainda sou cinza... Sou muito medrosa, admiro sua coragem. Parabéns!!!! Só fazendo p ter noção do qual difícil é esse esporte.

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  2. Muito legal!!!! Sua filha foi uma lady e deixou vc lutar um pouquinho kkkkkkkk eu comecei a fazer judô esse ano, ainda sou cinza... Sou muito medrosa, admiro sua coragem. Parabéns!!!! Só fazendo p ter noção do qual difícil é esse esporte.

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