15/12/2014

Seletiva Nacional: uma grande experiência

Há alguns dias, estivemos na Bahia para a Seletiva Nacional de Base da Confederação Brasileira de Judô. Apesar de a Laura não ter conseguido a classificação, a experiência foi inesquecível e, com certeza, contribuirá muito para o crescimento e desenvolvimento dela nas próximas etapas da vida (tanto pessoal quanto esportiva).



A DECISÃO

Até o início  de setembro,  eu ainda não havia decidido mandar ou não a Laura para a Seletiva. Embora 2014 estivesse sendo um ano de bons resultados - o melhor desde que ela iniciou no esporte - ainda não a via "grande" o suficiente. Não tinha a certeza de que ela estaria preparada para uma competição deste nível. Porém, ao presenciar o desempenho dela nos Jogos Escolares da Juventude e,  após ouvir os conselhos dos técnicos, mudei de ideia.


O PROJETO

O primeiro grande empecilho era o financeiro, afinal, após um ano inteiro de despesas com viagens e competições, não seria fácil arcar com as despesas de uma ida a Salvador.  Foi aí que surgiu a ideia: um projeto de financiamento coletivo. Após a criação e aprovação na plataforma do Catarse, parti para a divulgação.
As redes sociais (Facebook e Twitter) foram fundamentais neste processo. Porém, o contato por e-mail também surtiu um bom efeito. Ao todo, 37 pessoas apoiaram financeiramente a campanha: 31 através do Catarse e 6 com doações presenciais. O valor da arrecadação foi superior ao estimado, o que me proporcionou poder acompanhar a Laura nesta experiência.


A SELETIVA

Alguns dias antes da viagem, tivemos acesso à lista de inscritas no meio-médio, peso da Laura na classe sub 18: 28 no total. A maioria em seu segundo ou terceiro ano na classe, ou seja, mais velhas e mais experientes. Fiquei apreensiva, porém ela demonstrou confiança e tranquilidade.
No dia da competição, chegamos cedo para a pesagem. O Centro Pan-Americano de Judô, por si só, é um lugar emocionante. Para nós, acostumadas com ginásios menores do interior do RS,  a sensação era de estar num local realmente especial.
No sorteio das chaves, Laura pegou como primeira adversária uma menina da Bahia, e venceu por wazari. Na segunda rodada, acabou não conseguindo superar uma das 9 paulistas do peso. Como a menina não avançou às semifinais, Laura não teve chances de disputar a repescagem, e a oportunidade de representar o Brasil no exterior foi adiada.




O APRENDIZADO

Mãe precisa ser forte. Mãe de Atleta ainda mais. Sobretudo em momentos como este. Não sabia muito bem o que dizer ou como agir no momento em que soubemos que ela não tinha mais chance na disputa. Porém, Laura me surpreendeu, mesmo após o resultado adverso. Descobri na minha filha uma maturidade que não sabia que ela possuía: sem tristeza, sem choro, ela me afirmou: "no ano que vem eu vou voltar aqui pra ganhar". E já começou a traçar os planos de intensificação da rotina de treinos para 2015.

A experiência de participar de um evento deste porte é inesquecível. E importante. Era preciso estar lá, ainda que em condições desiguais de competição. Ainda que a chance fosse mínima (e não era), nunca teríamos o real entendimento do que é o Processo Seletivo para integrar a Seleção Brasileira. Laura foi corajosa e guerreira. Estar entre as melhores, e enfrentá-las de igual para igual, só reforça isso.

Sempre ouvi dizer que o primeiro ano na classe juvenil é o mais complicado. Sabia que a Seletiva seria difícil, assim como todo o próximo ano promete ser. Porém, não concordo que com quem diz que é ano de apanhar. Prefiro acreditar que seja ano de aprender. É exatamente nesta fase que a maioria desiste. Nós (mães e pais) precisamos estar fortes para apoiar os nossos filhos, seja qual for a sua decisão, seja qual for o seu destino. 



AGRADECIMENTOS

Tenho muitos agradecimentos a fazer. Várias pessoas tornaram esta experiência possível: Karla Teston, Marco Aurélio Pilla, Cíntia Lilja, Nelson Naibert, Sandra Maggi, Bic Muller, Rejane Marder, Marta Correa, Leonardo Monteiro, Marcio Lima, Flávia Brandão, Diego Hamester, Cecília Lobo, Adriano Baumart, Josi Guglielmi, Gabriel Gonçalves, Maurício Garcia, Kamilla Barcelos, Daniel Pedreira, Maira Confortin, Rafael Lameira, Fabiane Mazuim, Flávia Moreira, Gilmar Jacobsen, Fabiane Pavani, Mila Milani, Lauro Hagemann, Vera Figueiredo, Francisco Xavier, Gabe Moraes, Paulo Pretto, Anna Carolina Cacho, Daniele Braz, Clarissa Marzinotto, Michelle Szarko, Tayara Maronesi, Alessandro Maggi, Joana Willadino e também aqueles que, no momento da doação, optaram por permanecer incógnitos.

O apoio através da divulgação também foi importantíssimo, e fica aqui um agradecimento a todos aqueles que cederam um espaço em suas páginas, sites, blogs e afins para a divulgação do Projeto, especialmente à Dani e ao Juliano, do Bibliotecas do Brasil, que compartilharam diariamente e insistentemente o link da campanha em todas as suas redes sociais.

Na Bahia, contamos com o apoio de gente muito especial: Luiz Santanna e Ana Lívia, do Projeto Social Judô Nova União - Cajazeiras, primeiras pessoas que conhecemos na cidade e que nos deram uma baita ajuda na logística aeroporto-hotel-ginásio, além de muitas dicas sobre a região. E Manu e Bruno, amigos indicados pela amiga em comum, Josi, que nos dedicaram seu sábado inteiro,  levando -nos para conhecer os principais pontos turísticos (com direito a explicação histórica), e também para experimentar o melhor sorvete  de Salvador (do Brasil?).


Ana Lívia e Luiz

Manu e Bruno


Pessoas que acreditam no esporte, no futuro e na realização de sonhos, unidas, podem mais.


Igreja de Nosso Senhor do Bonfim: daqui a um ano, voltaremos.

2 comentários:

  1. Que honra para nós poder participar pelo menos um pouquinho desta trajetória de duas mulheres guerreiras. Em um mundo tão difícil de se vencer, onde atletas são desvalorizados, principalmente no feminino, conhecer vocês foi especial para mim. Laura vai brilhar ainda mais! Conte sempre conosco! Beijos!!!

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    Respostas
    1. Adoramos conhecer vocês, o passeio, a comanhia... TUDO! Espero revê-los em breve! <3
      beijão

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